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>> julho 24, 2005
the final countdown (parte IX)
Este é um post niilista. Começa bem, porque acho que é (a primeira e) a última vez que vou usar tal palavra neste blog.
Assim como foi a última vez que fui ao supermercado, que atravessei a ponte sobre o Waal de bicicleta numa noite linda, com a lua amarelada a espreitar atrás da torre da St. Stevenskerk. Vi pela última vez um episódio dos Friends, que desde Agosto passado estão 30 minutos comigo, sempre que possível. Cozinhei pela última vez uma cebola (a sério que pensei nisso quando peguei nela, sozinha numa prateleira vazia), bebi pela última vez uma Heineken, tive uma última conversa com pés e cabeça em holandês. As malas mais pesadas do que deviam. Os amigos de quem me despedi porque se iam embora, os de quem me despedi porque ficavam. A tristeza de deixar Nijmegen, a alegria de chegar a Lisboa. Será que já me apercebi do que me está a acontecer?
Ainda falta uma última ida à Universidade, um último passeio por Nijmegen, um último olhar para o sítio que já é "meu". Lembro-me de, em 20 de Agosto passado e entusiasmado pela chegada a um lugar estranho onde ia viver, olhar para a cidade e perguntar à Rita se alguma vez ia andar por aqui sem me perder, e reconhecer as ruas e as lojas, e saber com a certeza de quem cá vive onde me dirigir. Agora não tenho dúvidas que Nijmegen é tanto a minha cidade como Almada, até porque vivi cada dia de maneira tão diferente que um ano vale por muito mais.
Falta uma última dormida, um último pequeno almoço, fechar a porta pela última vez, uma última ida ao apeadeiro de Lent para apanhar o combóio para o aeroporto. Claro que posso e provavelmente cá voltarei, mas cada momento sabe a último. Foi muito tempo, foi muita coisa vivida. Este é um último post escrito na Holanda. Vemo-nos ainda assim na Margem Errada, mas na outra, aquela a Sul do Tejo.
posted by Eduardo at 22:37 |
the final countdown (parte VIII)
Quando eu voltar quero que me contem tudo o que aconteceu enquanto estive fora, quero ouvir as vossas histórias porque estou farto de ouvir as minhas. Quero apanhar uma overdose de cinema, de sopa da mamã, de tempo bem passado com vocês, não me importo que perguntem todos o mesmo. Quando eu voltar quero calor, quero sol, quero ficar vermelho como só os holandeses sabem fazer. Quero abrir as cartas que chegaram, levar-vos a qualquer lado desde que seja eu a conduzir, deitar-me na cama ainda à minha espera, conhecer os novos vizinhos. Quando eu voltar quero beber uma bica, comprar um bolo, receber o troco com um "obrigado". Quero ouvir a Antena 3, ver a SIC, ter o Público nas mãos.
Quando eu voltar quero dizer que voltei de vez. Quando eu voltar quero voltar a ser português.
posted by Eduardo at 20:56 |
the final countdown (parte VII)
Pronto, as malas estão quase prontas, o resto acabo amanhã. Pensei que sobrasse mais espaço, mas acho que cabe tudo o que é para levar, bem enchouriçado. Aliás, o problema nem é o volume, é o peso. Ai o peso. Peço aos santinhos protectores das bagagens que ponham amanhã os senhores do check-in bem dispostos, ou terei alguns problemas em levar tanto quilo para a pátria...
posted by Eduardo at 18:44 |
the final countdown (parte VI)
Já voltei do intervalo, vou para mais uma tarefa das complicadas. Isto tudo (e mais o que não cabe na fotografia) tem de ir para Lisboa...
Depois de visitar o museu fomos beber, para despedida, um dos melhores cappuccinos que existem, que segundo a italiana Sara são mesmo «melhores que em Itália». Claro que acompanhados pelas melhores (e maiores) fatias de tarte de maçã que existem. Não estava sol, mas ficámos na esplanada. E foi também para despedida que, a certa altura, começa a chover torrencialmente, e em vinte minutos deve ter caído mais água que no resto do ano em Portugal. Acho que vou ter saudades de (ainda) ficar pasmado com estes fenómenos...
posted by Eduardo at 17:35 |
the final countdown (parte V)
Estou oficialmente apto para ir trabalhar para uma Zara, Pull & Bear ou afins, depois de dobrar imensas camisas, t-shirts, casacos, calções e calças, que estão prontinhos para entrar nas malas.
Bem, vou fazer um intervalo e vou visitar o museu de Nijmegen. É incrível que viva aqui há tanto tempo e já tenha visitado tantos museus neste país, e o que está mais perto ainda não pus lá os pés! Não me vou embora sem lá ir, pois então...
posted by Eduardo at 13:29 |
>> julho 23, 2005
the final countdown (parte IV)
Em exclusivo, e provavelmente caso único no universo dos blogs, apresento a arrumação da minha mala quase em tempo real.
Hoje apenas puxei de cima do armário, onde estavam desde há algum tempo a ganhar pó, as duas malas que vou encher com quase um ano de coisas durante o dia de amanhã. E já foi muito, vou mas é dormir!
posted by Eduardo at 23:58 |
the final countdown (parte III)
O dia de hoje foi passado com os meus mentors, os holandeses que desde quase o primeiro dia estiveram comigo e com o resto do meu grupo. A Sara, a Marieke, o Bart e o Dieter são pessoas excepcionais, e sem dúvida que as coisas teriam sido bem diferentes sem eles. Foram a principal ligação entre os dois mundos que se cruzaram nesta experiência, o dos ERASMUS e o dos holandeses, e ao longo destes meses passaram de locals, aqueles que cá vivem e que nos ajudam a cá viver, a verdadeiros amigos para todas as ocasiões.
Passeámos pelo parque, fomos beber um café numa esplanada, cozinhámos panquecas, jogámos ao Twister, ficámos noite fora na varanda com uma garrafa de vinho e muitas histórias (ainda) para contar.
Aqui estão o Bart, a Sara, a Marieke e as panquecas. Falta o Dieter, não estava presente na altura. Já está agendada uma visita a Portugal, até lá ficam as saudades e, aqui no blog, o registo da primeira despedida. Mas também com os poucos que sobramos aqui em Nijmegen, só falta mais um "adeus", marcado para segunda-feira.
posted by Eduardo at 23:44 |
para o ano há mais
Hoje foi o último dia dos Vierdaagse, e também o último dia das festas de Verão de Nijmegen. Assisti à chegada, em que uns andavam já muito côxos, com o sofrimento espelhado na cara mas também a vontade de fazer aqueles metros finais. Outros ainda dançavam, riam e acenavam para as bancadas. Bandas filarmónicas, soldados, um grupo de japoneses, pessoas mascaradas, até o Pai Natal, todos andavam para o mesmo objectivo agora tão perto. Vi pessoas a chorar de alegria, talvez por estarem a ser recebidos por tanta gente com tanto carinho, talvez por finalmente chegar ao fim o martírio de quatro dias a andar. Vi um senhor de 93 anos que pela 48.ª vez concluía a marcha. Vi uma senhora a ser empurrada numa maca, num mais que provável desejo intenso de terminar, mesmo que não pelos próprios pés. E muita, mesmo muita gente a aplaudir, a atirar flores, a incentivar. Uma coisa mesmo bonita.
Mais à noite foi o fim de uma semana intensa, com muita festa, música, dança e diversão. Foram sete noites sem dúvida diferentes, e que contente que fico por ter decidido ficar e ter-me sido dada a oportunidade de viver e de aproveitar estes últimos dias em tal ambiente!
posted by Eduardo at 01:44 |
the final countdown (parte II)
A segunda fase foi dedicada aos papéis. A quantidade de coisas que se consegue acumular é impressionante, principalmente quando, numa selecção com critérios simples (a utilidade futura), mais de metade vai para o lixo. Papéis da faculdade, recordações de viagens, recibos, uma bíblia em holandês, o suficiente para encher um balde do lixo, o suficiente para poupar em peso e volume na carga a levar de volta para Portugal.
posted by Eduardo at 01:38 |
the final countdown (parte I)
As paredes estão nuas, no que foi o princípio do fim. Começaram as arrumações, e comecei pelas fotografias, os dois posters, as 58 bases de copos, as luzes de natal da sala, as luzes vermelhas do quarto, a moldura que foi prenda dos amigos que cá vieram, o diploma do curso de holandês, os postais de Lisboa, de Penafiel, da Costa da Caparica, da Insel Rügen, de Almada, da Sierra Nevada, da Figueira da Foz, de Évora, das Lagameças, de Santa Maria da Feira, do Algarve, de Quioto, do Magoito e de Cabo Verde, as estrelas do tecto, o calendário de aniversários, enfim, tudo o que durante quase um ano deu cor às paredes brancas, coisas que já faziam parte do espaço sem eu dar por isso. Agora que não estão lá vejo como me habituei a viver aqui, no meu quarto, na minha casa, em Lent, na Holanda. Começou a contagem decrescente.
posted by Eduardo at 01:26 |
>> julho 22, 2005
onze meses e dois dias depois
Foi entre uma cerveja de banana servida numa casca de côco, umas baforadas de cachimbo de água e uns passos de dança na discoteca silenciosa (que é das coisas mais cómicas de se ver para quem não tem os headphones) que me apercebi que sou o decano, o deão, o patriarca dos estudantes ERASMUS em Nijmegen. Fui dos primeiros a chegar e serei um dos últimos a partir. E mais ninguém passou tanto tempo aqui como eu. Já merecia um prémio, ou que uma rua de Lent fosse baptizada com o meu nome... «Olha, onde moras? Na Eduardostraat.»
posted by Eduardo at 00:50 |
>> julho 21, 2005
produtividade
Enquanto a Europa sofre de falta de água eu sinto que estou em Outubro ou Novembro, tais as temperaturas e os níveis de precipitação. E então fico em casa e ponho-me a ler o Público e descubro que as portuguesas demoram em média uma hora e 54 minutos para se prepararem para sair à noite (os homens 30 minutos). E sendo mauzinho só me resta dizer que, mais uma vez, assistimos a um problema de produtividade, em que os resultados não correspondem ao esforço empreendido.
posted by Eduardo at 15:50 |
performance prejudicada
Há coisas que me ultrapassam, como o que aconteceu hoje, já trinta dias depois do início do Verão, um termo aliás que para mim não passa de uma agradável memória de anos passados. A sério que é muito estranho, mas em menos de um mês apanhei duas molhas memoráveis. A última delas mesmo assim continua em primeiro lugar, mas hoje cheguei a casa encharcado até à cueca, e o pior é que parou de chover a 200 metros da porta. Parecia uma chuvada feita à medida, telecomandada para me prejudicar a performance...
Ainda por cima acabei por não encontrar o que queria e que me fez sair de casa, uma loja de artigos em segunda mão que me compre o microondas e o candeeiro que tenho no quarto. Com uma página da lista telefónica na mão, percorri a cidade toda e olha, parece-me que os futuros inquilinos estão cheios de sorte com a herança que lhes vai calhar! Pelo menos quase tudo, há algo que é capaz de os chatear tanto como a mim.
Por causa do mau tempo não fui às festas hoje, e quando mais precisava dele (uma noite em casa sem nada para fazer oblige), um dos botões mais importantes do telecomando deixou de funcionar. Para um zapping decente só é preciso um botão para ligar, um para mudar os canais para cima e outro para mudá-los para baixo, e agora o de mudar para cima não responde, o que me prejudica de forma grave, e mais uma vez, a performance...
Troca-se um microondas por um telecomando com os botões todos em ordem!
posted by Eduardo at 00:00 |
>> julho 20, 2005
toca a marchar
Pela 89.ª vez estão a decorrer os Vierdaagse, o encontro de marchas que dura quatro dias, como o nome tão bem indica. Tudo começou em 1909, com um tenente que não tinha uma playstation para brincar e então pôs soldados a marchar de toda a Holanda para se encontrarem, quatro dias depois da partida, em Breda. Algumas alterações logísticas depois, e desde 1925 que Nijmegen recebe em exclusivo o evento, que cresceu tanto que tornou-se necessário desde o ano passado limitar as inscrições a 47500 participantes. Sim, são bem mais de 50 mil as pessoas que querem fazer parte desta coisa!
E o que fazem? Marcham. Durante quatro dias, podendo escolher 30, 40 ou 50 quilómetros em cada um deles. Hoje foi a primeira etapa, que passou aqui bem pertinho logo pela manhã. Toda a cidade se mobiliza, e quem não está a marchar passa a tarde a aplaudir quem o faz, embora confortavelmente sentados em sofás ou cadeiras estrategicamente colocados uns quantos dias antes a reservar os melhores lugares. Depois há ainda os militares, que são muitos e de todo o lado: Reino Unido, Canadá, Noruega, Estados Unidos, Alemanha, França... E mesmo depois dos 40 quilómetros com uma mochila de dez quilos às costas (é assim o regulamento) lá iam todos contentes a cantar, no regresso ao acampamento que fica atrás da Universidade onde tive de ir hoje. E quando quiz atravessar a rua onde a marcha decorria? Demorei uns cinco minutos, sempre com medo de ser atropelado pela multidão em fúria e cheia de pressa de chegar ao fim.
Amanhã, pelo menos os que ainda não têm muitas bolhas nos pés, lá continuarão a andar. Mas as festas, essas não param! Hoje foi o dia do fogo de artifício, numa coisa pomposamente chamada de De Waal In Vlammen ("O Waal em Chamas"). Parece-me que não têm muito disto por cá, tal modo a quantidade de pessoas que acorre à beira-rio para ver o que é anunciado como o maior espectáculo do género da Holanda. E é capaz de ser, e até são capazes de gastar o equivalente ao PIB do Burquina Faso, mas a Maria Emília em Almada faz melhor. As pessoas também dizem «aaaah!» em cada explosão, também batem palmas, e também há uma melodia trágica a acompanhar os lançamentos, e não deixa de ter a sua piada ver o fogo de artifício no rio com os grandes navios a passar e a música do Titanic como banda sonora...
Para acabar a noite um outro espectáculo praticamente saído da cena mais estranha do Mulholland Drive, como se tal fosse possível. Numa tenda de circo mal iluminada, um pianista dá os acordes para a entrada em cena de um alemão esquelético e bastante andrógino, que todo vestido de preto e com umas asas feitas de penas desata a cantar em jazz o "Boulevard Of Broken Dreams" dos Green Day. Depois, em estilo de cabaret, ele contou histórias, falou com o público, dedicou um poema aos pés descalços de uma rapariga, e também cantou, em francês, holandês, inglês, espanhol e alemão. Surreal.
Hora então de pegar na bicicleta e voltar para casa, que está frio e as festas acabam cedo (afinal amanhã há que marchar 30, 40 ou 50 quilómetros!).
posted by Eduardo at 00:09 |
>> julho 19, 2005
rato abananado
Comer uma banana enquanto se navega na internet equivale a ficar com o touchpad todo porcalhoto.
posted by Eduardo at 00:45 |
silly season
Os holandeses sofrem mesmo de falta de bom tempo. Tal é visível na previsão meteorológica para esta semana: nem um dia de sol até sábado que vem, e isto a meio de Julho! No entanto conseguem compensar tal fraqueza com viagens até ao Mediterrâneo e, para quem fica, programas de televisão absurdamente estivais, que fariam o Luís Pereira de Sousa parecer um senhor.
A invasão do sul de Espanha é real, principalmente nos canais de música que têm a audiência mais jovem. Os anúncios a festas abrangem igualmente discotecas holandesas e discotecas em Salou, e reportagens diárias mostram praias espanholas onde se tropeça literalmente em holandeses a apanhar sol, e onde um frikandel e umas frites rivalizam com a ensaladilla rusa. E depois eles voltam e recordam as férias com música de qualidade duvidosa, e eu que os ature!
Na televisão mostram como o Verão é apropriado para pessoas de recursos intelectuais limitados, com programas como Veronica Lekkerste, em que um par de rapazes ou raparigas vão sendo avaliados e consecutivamente eliminados pelo público até no fim só sobrar um de cada, ao mesmo tempo que um painel de comentadores vai atirando críticas que fariam do júri dos Ídolos uns lisonjeadores. Ou The Villa, em que um grupo de ingleses é enviado por um canal holandês para uma casa também no sul de Espanha para, basicamente, terem sexo em frente às câmeras. Para não falar da quarta edição da Temptation Island ou pela quinta vez um Big Brother.
Felizmente continuam as Zomerfeesten, que segundo parece trazem um milhão de pessoas a Nijmegen. Hoje assisti a um concerto mesmo engraçado, de um grupo de cowboys, os Boss Hoss, que interpretavam em southern rock êxitos como "Toxic" da Britney Spears, "Hey Ya!" dos Outkast ou "All The Things She Said" das t.A.T.u., com muitos yee-hah! pelo meio.
E é já amanhã o primeiro dia em que se marcha, dos quatro que dão origem às festividades dos Vierdaagse. E, na consequência do sexto (e espero que último) furo, quem amanhã vai marchar sou eu, se não reparar a coisa a tempo...
posted by Eduardo at 00:36 |
>> julho 17, 2005
festa na cidade
Desde sábado, e até à próxima sexta-feira, que estão a decorrer as festas de Verão, em que a pacata Nijmegen se transforma por completo num gigantesco recinto cheio de actividades. Parece uma feira do tamanho do centro da cidade, com barraquinhas de comida, esplanadas que ocupam toda a largura das ruas, bancas de vendedores ambulantes, e um total de 26 (!) palcos com música, teatro e dança das duas da tarde à meia-noite, quase sem parar. É uma loucura, e em tamanho gigante.
E tanta gente... Não faço ideia como de repente a população da cidade multiplica assim, não se consegue andar de bicicleta, e mesmo a pé é complicado. Mares de pessoas enchem os metros quadrados disponíveis, e não arredam pé até as coisas acabarem. E só porque no dia seguinte há mais!
Temos passado muito tempo no palco de world music. Ontem era dedicado à música da África subsariana, com o Senegal, a Serra Leoa, o Congo e a Guiné a marcarem presença. Hoje foi dedicado ao Afeganistão. As plateias eram diferentes como da noite para o dia: os africanos não paravam de dançar, numa energia contagiante a aquecer as noites não tão quentes da Holanda; os afegãos depende. Depende se são homens ou mulheres. As mulheres ficam sentadas a bater palmas, enquanto os homens dançam uns com os outros numa forma e numa quantidade que fariam uma discogay parecer pouco gay...
E entre bandas de covers dos anos 70, rap holandês e house music na discoteca ao ar livre que fica debaixo da ponte, lá se vai passando o tempo. As festas duram sete dias e sete noites, mas já só faltam cinco!
posted by Eduardo at 23:45 |
>> julho 15, 2005
bipolar
A alegria de ter mais um Verão à minha frente, a tristeza de não ter a Vó Lia à minha espera em Portugal. Recomeçar a pedalar... Hoje fui até Arnhem trocar um livro que encontrei com a minha irmã num combóio, azar dos azares a loja era mesmo má. E ver à minha frente, às cinco da tarde, um homem sacar de uma navalha para esfaquear outro. Destas nem em Portugal. Mas em quinze segundos dois polícias à paisana desarmaram-no. Destas também não.
Acho que o pior já passou, agora contam-se os dias para voltar, são só dez até chegar a Lisboa. Começar a fazer as despedidas das coisas que me rodearam durante onze meses, despir as paredes do meu quarto, pensar como encher duas malas com tudo o que tenho por aqui. Mas também aproveitar uns últimos passeios, as enormes festas de Nijmegen que começam amanhã, a companhia dos amigos que ainda por cá andam ou que cá moram.
Recebi muita atenção de muita gente, a todos agradeço imenso. E para o meu pai, que escreveu uma bela mensagem nos comentários ao último post, vai a minha homenagem e todo o carinho que lhe posso dar. A mãe dele era mesmo especial. Beijinhos pró Barata Sénior.
posted by Eduardo at 20:54 |
>> julho 13, 2005
depressão
Já tinha tantas saudades dela, agora vou ter ainda mais. Estou muito triste.
posted by Eduardo at 14:15 |
euforia
Chegou à internet o resultado de um dos exames mais estranhos por que já passei. Primeiro foi feito quase na totalidade em holandês, e segundo misturava os conhecimentos apreendidos com uma actividade física fora do normal nestas situações.
Foi o que eles chamam de stationtoets, ou seja, um exame em que de nove em nove minutos tocava uma sineta (como daquelas para chamar para a mesa) a indicar que era tempo de mudar de "estação", sendo que em cada uma delas éramos avaliados a coisas diferentes: ressuscitar o boneco, auscultar um coração, fazer uma entrevista clínica, pôr uma ligadura num tornozelo... Numa corrida contra o tempo, que começava a contar ainda antes de entrarmos na sala seguinte, era ver os corredores animadíssimos, quando a turma toda se cruzava, com gritos de boa sorte atirados para o ar.
Dizia eu que o resultado chegou, e para uma coisa tão estranha, e principalmente numa língua que (ainda me é) tão estranha, tive uma boa nota final, e fiquei todo contente! Bons augúrios para o exame que me espera daqui a umas horas...
Eu-foria, tu-forias, ele-foria...
posted by Eduardo at 00:31 |
>> julho 12, 2005
oniriquices
Acho que estou mesmo a ficar um bocadinho avariado. Eu, que raramente me lembro dos sonhos, acordei hoje a rir tal era o disparate que ia na minha cabeça adormecida. É uma bela história pois a que tenho para contar, que fala da minha estreia como actor, do desastre que foi a minha estreia como actor, dos meus direitos como desempregado e de cantores britânicos com queda de cabelo.
Eu fazia parte de uma representação teatral de O Feiticeiro de Oz, como Homem de Madeira (pois, nem sequer era de lata). Era a estreia e eu estava deslocadamente sentado com o público, a ver o início da peça com umas coreografias feitas por uns macacos prontamente acompanhadas pelo resto da audiência. Só então é que me lembrei que nem sequer tinha olhado para o guião! Tentei alertar as pessoas para esse facto mas ninguém me ligou nenhuma, e quando chega a minha parte dão-me um papel com a letra de uma música que eu tentei acompanhar enquanto andava para a frente e para trás em todo o comprimento do palco, ao lado de uma rapariga loura e de vestido azul igual à Alice do País das Maravilhas da versão Disney. Como não sabia a melodia que tinha de cantar a cena não saiu muito bem, e depois veio um gordo careca com óculos ter comigo e avisa-me que eu estou despedido, e eu defendo-me dizendo que tenho direito à presença de um psiquiatra. Sim, de um psiquiatra!
Alguém telefona a um psiquiatra que pelos vistos era o meu e depois ficamos todos à espera dele, vamos para a rua e atravessamos uma praça que parecia mesmo ali em Algés. Muita gente estava presente, inclusivamente o Robbie Williams que nos ia entretendo com histórias sobre o seu pai e de como estava a ficar careca. O psiquiatra mesmo assim não chegou antes do toque fatal do despertador.
posted by Eduardo at 12:03 |
post inútil #7
Quem me convidou para o churrasco foi uma Renate. E a coisa era mesmo internacional. Conheci, entre outros, pessoas da Rússia («Norah Jones? Who?») e do Gana (sim, há estudantes de Medicina no Gana). E a cara da espanhola quando eu compreendi a palavra "armario". É que entre "armario" e "armário" vai cá uma diferença...
Fui enganado. Afinal o arrastão da praia de Carcavelos nunca existiu. Já a manifestação de cariz racista, essa foi bem real. Que país é esse onde nem há arrastões decentes, nem coisas de jeito que venham nas notícias? Vai um atentadozinho pequenino?
Fui enganado mais uma vez. Eu pedi Miluvit de chocolate e veio Pensal. Pior, tenho a certeza que a Bela Matosa sabia o que estava a fazer quando mandou o pacote. E para um apreciador Pensal não é Miluvit, nem lhe chega aos calcanhares. A Belinha lá vai dizer «as embalagens são iguais e tal e tal e eu pensava...» mas eu digo-lhe «pois, mas a pensal moleu o bulo».
Sai uma anfetamina para a mesa do canto? É que estou hiperactivo. Mas tenho medo que a casa me caia em cima se dou um saltinho que seja...
(Ena, sete posts inúteis! Este blog vai no bom caminho!)
posted by Eduardo at 00:47 |
>> julho 11, 2005
e se uma desconhecida...
...te convidar para um churrasco?
Confesso que isto de andar a estudar sem outras distracções sem ser cozinhar e lavar a loiça, respectivamente antes e depois de me alimentar, começa a ser aborrecido. Mudei-me do quarto para a sala, mas mesmo assim estas paredes já me cansam a alma. Mas está quase a acabar, ao menos isso. E então, para variar, vou daqui a pouco a um churrasco para o qual fui convidado não sei muito bem por quem. Longa história, mas uma das minhas colegas de Junho, a Mianne, faz parte da comissão que recebe os alunos estrangeiros que fazem mini-estágios de Verão em Nijmegen, e eu pedi-lhe para, se fosse possível, me integrar em algumas das actividades que eles fizerem, para me ocupar estas semanas em que fiquei quase sozinho nesta terra. Mas a rapariga foi de férias, pelo que deu o meu email a quem ficou por cá, e assim recebi um convite de uma desconhecida para o barbecue em casa dela!
Um hamburguer hoje, e o desejo de acabar estes exames o mais rapidamente possível. Preciso de férias!
posted by Eduardo at 17:23 |
>> julho 09, 2005
uma agenda preenchida
Nos finais deste ano lectivo, que foi assim a modos que diferente, reentrei em período de estudo, ou de aprendizagem, como se diz em holandês. Assim a minha vida social está reduzida ao mínimo possível, o que também não é complicado visto não ter muita gente com quem socializar. Ontem saí de casa para andar cerca de 200 metros com o papel reciclado para recolha. Hoje já fui mais longe, fui correr de manhã e depois tive de sair para ir comprar um bloco de folhas, já que estava impossibilitado de continuar a escrever apontamentos por falta de recursos materiais.
O Verão volta amanhã à Holanda, o Eduardo volta ao Verão na quinta-feira.
posted by Eduardo at 13:30 |
>> julho 07, 2005
presente envenenado
A minha irmã trouxe nas suas malas vazias um pacote da nova gelatina de chocolate da Royal. Preparámos a coisa, provámos e ela deixou-me três quartos do tupperware ainda cheios. E depois de experimentar posso dizer que é a pior invenção desde a manteiga de amendoim. Nem as italianas que sobram aqui em Lent conseguiram comer daquilo. E já nem há muitos vizinhos para oferecer o resto...
posted by Eduardo at 20:51 |
>> julho 06, 2005
só mais uma com a tia, david!
Não incluí no post sobre as aventuras dos manos em amesterdão a ida à Reflex Gallery para ver a exposição do David LaChapelle. No primeiro dia fecharam-nos a porta na cara, no segundo tocámos à campainha e entrámos. Sim, porque a Reflex Gallery é daquelas galerias de arte muito posh que devem fazer vernissages cheias de champanhe e de vedetas, e é preciso tocar à campainha para entrar!
Num intervalo entre as minhas quartas visitas ao Rijksmuseum e ao Van Gogh Museum (e continuo a ver coisas nunca antes vistas, é fantástico!) uma exposição de fotografia é algo assim diferente. E logo do David LaChapelle! Eu já tinha ouvido falar no nome do senhor, e se na exposição confirmou-se como ele faz coisas mesmo excepcionais, com encenações mirabolantes para um instantâneo fotográfico, depois procurei na internet e verifiquei como são dele algumas das imagens mais vistas dos últimos tempos. Ele faz reportagens, capas de revistas e de discos, posters de filmes, vídeos de música, anúncios... Estamos rodeados de David LaChapelle por todos os lados, e nem sequer o sabemos.
Não consegui escolher entre as reproduções a 4050 euros (as mais pequenas) para pôr no meu quarto. Mas acho que lhe vou telefonar para ser o meu repórter de casamento, e uma deste género será a minha fotografia de família! Para pendurar em cima da lareira...
posted by Eduardo at 23:21 |
i amsterdam with ritinha
A Rita Mana partiu hoje à tarde de Amesterdão, onde fomos passar dois dias igualmente intensos como descansados. Foi mais uma das já famosas e sempre bem sucedidas excursões Eduardo @ Holândia 2005, iniciativa cujo fim se aproxima vertiginosamente, provavelmente ainda com tempo para mostrar as terras baixas à mamã se a TAP ou a KLM ajudarem.
O invernoso mês de Julho, de que já me queixei no post anterior, não deu muitas tréguas, e posso mesmo dizer que meteorologicamente falando foi a pior excursão de sempre, ironicamente quando mais Verão seria impossível. Mas deu para percorrer os canais, visitar as lojinhas de artigos excêntricos, olhar para as miúdas nas vitrines, olhar para os cães amsterdianos, sentar na esplanada à beira-Amstel plantada para beber uma tradicional Grolsch, ir (outra vez) aos museus, comprar patinhos de borracha, deitar fora um pacote cheio de pipocas de caramelo, empanicar uma francesa de fracos recursos linguísticos, discutir sobre as vantagens de Londres sobre Moscovo nuns Jogos Olímpicos (ganhei, hein?), enfim, muita coisa que só nós dois seríamos capazes de inventar...
Fica mais uma fotografia "de braço esticado", quando o Sol apareceu no Vondelpark e a Rita escrevia postais para a família e amigos, e o Eduardo ia falando sozinho sobre as pêgas rabudas e os trigémeos da Phoebe...
posted by Eduardo at 22:12 |
>> julho 04, 2005
re-inverno
A esta hora não deveria estar aqui a escrever. Mas já que nem em Julho o Verão veio para ficar, e as tempestades são assustadoramente escuras e chuvosas, eu e a minha irmã que tão alegremente veio para me visitar ficámos em casa, e vamos ao cinema daqui a pouco. Porque é isso que se faz em dias de chuva, depois de ver tudo e mais alguma coisa na televisão, esticados no sofá, numas férias que já há muito tempo não temos, de não fazer mesmo nada.
A Rita veio cá trazer-me, nesse longínquo Agosto de 2004. Quando dormiu cá ainda não tinha chegado mais ninguém, e a terra estava assim vazia. Agora em Julho de 2005 ela continua sem ver ninguém e a sermos só os dois a dormir nesta casa. Acontece...
Ontem andámos por Nijmegen, descobrimos estas esculturas de areia que hoje já lá não devem estar (no Inverno não se fazem coisas destas). Amanhã vamos para Amesterdão. Se continuar a chover voltarei a contactar.
posted by Eduardo at 14:54 |
>> julho 02, 2005
de um ananás T2 para a tv
Não faço ideia o que é isto do "Funtastic Live" da TV Cabo, que deixei de estar informado de tais acontecimentos desde que emigrei. Mas descobri hoje que é algo que tem o Spongebob Squarepants (ou o Bob Esponja Calças Quadradas, para os nossos amigos brasileiros), e logo é coisa boa de certeza!
O Spongebob é uma esponja quadrada (daí o apelido Squarepants) do sexo masculino que vive dentro de um ananás de duas assoalhadas com o Gary, o seu caracol de estimação, em Bikini Bottom, nas profundezas do Oceano Pacífico. Amarelo, poroso e absorvente, com cara de parvo e apenas dois dentes, trabalha a fritar hambúrgueres de caranguejo num fastfood subaquático, tendo como grandes amigos o Patrick Star (uma estrela-do-mar cor-de-rosa cujo cérebro funciona como o do saudoso João Esquecido da Rua Sésamo) e a Sandy Cheeks (uma esquila que usa um escafandro 24 horas por dia). Simplesmente genial, desde a música («Are you ready kids? Aye-aye captain! I can´t hear you...») às subtilezas das piadas, bem ao estilo de um Ren & Stimpy do século XXI.
Mas como estava a dizer, acho que a minha mãezinha não é uma feliz proprietária do "Funtastic Live", por isso vou ficar sem a dose diária de Spongebob Squarepants. Será que os dois ímans de frigorífico que vinham no frasco de Nutella e um porta-chaves chegam como recuerdos? Humm, um poster é que era de homem...
posted by Eduardo at 00:23 |
>> julho 01, 2005
sozinho em casa
Hoje, primeiro dia do mês, primeiro dia em que estou abandonado nesta casa. O Sam partiu de manhã, deixou-me umas cebolas e uma laranja, e deixou-me sozinho. Mas a Sara volta de Itália na quinta-feira, apesar de para poupar na renda ir viver com outra amiga no edifício em frente.
Amanhã, segundo dia do mês, já não estou abandonado outra vez. A Rita vem cá visitar o mano. Espero que traga Miluvit de chocolate e líquido para as lentes de contacto, que se está a acabar.
posted by Eduardo at 16:21 |
(ida e) volta
É no dia 25 de Julho, uma segunda-feira. Pelas 21:50 chegará ao aeroporto de Lisboa um vôo da KLM vindo de Amesterdão, com a referência KL1697.
Eu estarei lá... E quem mais?
posted by Eduardo at 00:07 |
>> junho 30, 2005
escandaloso
Nem sei como reagir a uma notícia que leio hoje no Público. Vocês não lêem porque não pagam, mas eu pago e leio. A não ser que comprem o jornal, coisa que para mim já é mais complicado. Além de que suja as mãos. Mas, como estava a dizer, fiquei chocado ao ler o seguinte título e primeiro parágrafo:
Sentido das filas de espera nas paragens do Porto vai ser alterado
A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STPC) vai promover, a partir de amanhã, a alteração do sentido da formação das filas de espera nas paragens dos autocarros. O objectivo é que elas se comecem a formar à direita da primeira pessoa que chega ao local (e se posiciona de frente para a rua), como acontece em Lisboa.
Só quem não quer não vê as conotações políticas de tal medida. Depois pus-me a pensar: de que lado é que se formam as filas para um autocarro? Na paragem à porta de casa, em Almada, tanto faz, pois os vizinhos são todos amigos e vão chegando e pondo-se na conversa sem ordem nenhuma, e depois até é complicado entrar, porque todos dizem «faça favor, faça favor» e ficamos ali meia hora a ver quem "faz o favor" de entrar primeiro. Já em Cacilhas é como no Porto, para a esquerda, até serem pessoas suficientes para dar a volta à paragem e a fila passar para as traseiras. Mas só tinha de ser, são atitudes que reflectem, respectivamente, os ideais de camaradagem e comunismo associados à Margem Sul.
Mas esta de em Lisboa ser para a direita... Se é nunca dei por isso, sou mais fã do Metro onde as filas são do género "tudo ao molho e fé em Deus", mas provavelmente é essa a razão de ter sempre meia dúzia de velhinhas a refilar comigo na entrada para o 100.
posted by Eduardo at 11:32 |
>> junho 29, 2005
águas de (finais de) junho
É quando se pensa que já se viu tudo que as coisas mais surpreendentes acontecem. Estamos em Junho, a um dia de Julho. Está um calor agradável, mesmo de noite. Uma pessoa vai até ao centro para uns dedos de conversa com uns amigos, senta-se numa das muitas esplanadas. Mas sabem aquelas chuvadas que só há no cinema? As dos "cântaros", dos "cats and dogs", dos "grenouilles", dos "pijpestelen". Em que as pessoas ficam encharcadas passados pouco minutos, o chão ganha uma camada considerável de água num instante, a trovoada faz assim uns flashes tão frequentes como inverosímeis. Quando a chuva chega tão de repente que nem temos tempo de acabar a bebida pousada na mesa, quando o copo que já ia a meio fica num instante cheio outra vez, quando dá para beber do que nos escorre testa abaixo...
Não acontece só no cinema, na Holanda, pelos vistos, há chuvadas de Verão destas. E, com a experiência, já sabemos que não vale a pena esperar, pois esperar implica umas horas parados no abrigo. A viagem de regresso pode até ser bem engraçada, pedalando devagarinho, respirando o aroma da terra molhada, da terra encharcada, as calças pesadas, os ténis que fazem schlop schlop.
Nunca apanhei tal molha nos dez meses e meio de Holanda que levo, nem sequer nas vinte e três primaveras que tenho em cima. Assustador na ponte sobre o Waal, com os relâmpagos a romper o céu ali mesmo ao lado (mesmo sem medo de trovoadas, pensar que podia levar com um em cima foi razão para pedalar bem rápido), mas hilariante com as autênticas vagas de água que os carros atiravam ao passar. A cantar músicas sobre chuva ("Why Does It Always Rain On Me?" dos Travis, "Purple Rain" do Prince, "Only Happy When It Rains" dos Garbage), a pisar todas as poças porque já nem interessava fugir delas (e eram muitas...).
Chegado a casa, a pingar o corredor, direitinho à casa de banho, as calças de ganga que não saem, e um segundo duche, desta vez com champô e sabonete. Pôr o porta-chaves e o telemóvel a secar. A chuva lá fora ainda cai, mas agora tenho uma tigela de Cerelac na mão e já confirmei que amanhã de manhã está sol outra vez. E assim cresce a noite, no final do que foi o meu último dia de aulas por estas terras de meteorologia bipolar.
posted by Eduardo at 23:46 |
alexias, ritas & vídeo
Afinal as minhas sugestões não foram levadas em conta. Mas olha que se calhar até nem seria tão mau. Porque a rapariga chama-se Alexia Juliana Marcela Laurentien. Alexia Juliana Marcela Laurentien? Sim, Alexia Juliana Marcela Laurentien. Enfim, nem todos podem ser baptizados de Iva Pamela...
De resto, a vida continua calma. Com um exame nesta sexta-feira, exame este em holandês quase a 100%, ando a estudar. E hoje fomos ver as gravações da entrevista médica com um actor-doente (ou doente-actor, não sei bem). Foi só rir, as coisas que fazemos a falar que nem damos conta. E o meu holinglês vai bem, obrigado. No vídeo confesso que precisava de legendagem para perceber o que dizia, pois além do aucheuxapatus dava com cada pontapé na gramática! Muita pressão, coisas complicadas para dizer (é que perguntar sobre mudanças no padrão defecatório é complicado até em português...), uma câmara apontada para mim, não, não foi fácil. Mas lá me safei!
Lent está a ficar despovoada. As pessoas estão a ir aos poucos e poucos embora, já não restamos muitos. Felizmente tenho companhia ainda no meu apartamento, mas também como ando ocupado com outras coisas não noto tanto. E no sábado recebo uma visita especial, de uma pessoa que pode dizer que viajou de Portugal para até Nijmegen tantas vezes como eu. Cá espero a maninha, com uma mala vazia para me levar o casacão e as botas da chuva!
posted by Eduardo at 20:35 |
>> junho 27, 2005
a irmã da catharina-amalia
Nasceu a segunda filha dos príncipes da Holanda. Com 3490 gramas e 50 centímetros, e 53 anos mais nova que a minha mãe (pronto, já disse), pela fotografia parece assim um bocadinho feia, mas se crescer como a mãe não terá problemas nas Holas desse mundo. Para comemorar, todas as bandeiras holandesas tinham hoje acoplada uma fita cor-de-laranja, reservada às coisas importantes da Casa Real, como o aniversário da rainha, um casamento ou outra mariquice qualquer do género. Fica engraçado.
A Máxima e o Willem-Alexander dão assim uma irmã à Catharina-Amalia. Ora o que vocês não sabem é que a herdeira do herdeiro do trono foi assim baptizada para homenagear duas figuras portuguesas bem conhecidas: a Furtado e a do fado. Por isso já enviei um email para a minha amiga Beatrix a sugerir o nome para a netinha recém-nascida ainda anónima: Bárbara-Mariza, em clara homenagem à Guimarães e à do outra do fado, para manter assim viva a tradição. Outras hipóteses, que soam igualmente bem, são Vera-Dina (a Roquete e a lésbica), Merche-Ágata (a Romero e a pimba) ou Manuela-Manuela (a Moura Guedes e a Bravo do balão que sobe sobe, não confundir com a Luísa que sobe sobe mas é a calçada).
posted by Eduardo at 22:53 |
>> junho 26, 2005
tamanho XXXXXXL
É facto cientificamente comprovado que os holandeses são grandes. São o povo com a maior altura média do mundo, com os homens a atingirem uns fantásticos 182,5 cm e as mulheres uns não menos consideráveis 169,6 cm. E isto não é só estatística, a quantidade de vezes em que tenho de olhar para cima para falar com alguém é incontavelmente superior em relação ao que acontece em Portugal. Mas a questão agora é: será que com esta altura os holandeses são, digamos, proporcinais noutros aspectos?
A julgar pelo tamanho do preservativo cor-de-rosa originalmente colocado no obelisco que adorna uma pequena rotunda aqui em Nijmegen, para as comemorações do Roze Zaterdag, parece que a resposta é afirmativa!
posted by Eduardo at 01:10 |
um sábado cor-de-rosa
O Roze Zaterdag é celebrado uma vez por ano numa diferente cidade holandesa, e em 2005 calhou aqui, para se juntar às celebrações dos dois mil anos de Nijmegen. Como o nome sugere, é o dia do orgulho gay, com muito cor-de-rosa pelas ruas em balões, bandeiras, faixas... Há o tradicional desfile, bailaricos e muita gente "alternativa" na rua. E, curiosamente, as lésbicas marcavam muito mais presença que os gays (há por isso bastantes razões para se dizer que «the Netherlands has a lot of dykes»). Mas não pensem em louras esculturais aos beijos: lésbica que é lésbica ainda parece um camionista com mamas.
Infelizmente não chegámos a tempo de ver a parada, pelo que andámos pelas ruas a ver o final das festas. E o grande momento da tarde não teve nada de cor-de-rosa. Era branco, e apesar de só ter duas rodas era comprido como tudo. Estava uma limusina a fazer uma manobra, quando a Catarina corre e pergunta ao motorista se podíamos tirar uma fotografia. E enquanto ela ainda se preparava para uma bela imagem exterior já eu estava a abrir a porta e a entrar. A Barbara veio atrás e puxou-a, com tal excitação que lhe estragou o chinelo. Cá está a recordação do interior do veículo, com espaço e copos suficientes para uma festarola bem catita, e três pobrezinhos (um deles já nem sapato tinha, lembrem-se...) armados em estrelas!
posted by Eduardo at 00:51 |
>> junho 24, 2005
anne ressuscitada
Não é o título de nenhum filme que tenha visto nos últimos dias. Foi o que aconteceu hoje na aula da tarde. A Anne estava inconsciente, e eu tive de a ressuscitar. Várias vezes, aliás, para treinar e saber repetir a técnica em alguém que não uma boneca.
A Anne é então de borracha. É loura, os olhos estão fechados e a boca está aberta. Veste um fato de treino tipicamente luso, e da barriga saem-lhe por um lado um sensor dos diversos parâmetros que são avaliados, pelo outro um papel com os mesmos parâmetros traçados como num sismógrafo, quando da realização das manobras. Depois da teoria explicada, fomos em grupos então ressuscitar a Anne. Calhou logo a mim ser o primeiro, o professor vira-se e pergunta-me o que faço. Começo a gritar: «Anne! Anne! Hoor je me?», desesperado por vê-la naquele estado, e a rapariga não responde (se respondesse é que seria bonito...). Depois seguiram-se aquelas coisas do ABC. Para o "B" dei-lhe uma sopradela (a Anne, no fundo, é uma boneca insuflável) e quase que lhe rebentei com os pulmões. O professor avisou-me que foi demais, e cá para mim penso que realmente a Anne ficaria a arrotar o ar que lhe pus dentro durante pelos menos três dias.
No final, já sem professor presente, e depois de cada um ter realizado a técnica correctamente, começou o disparate. Pusémos a Anne a dançar e a bater com a cabeça na parede. Espancámos a Anne. Atropelámo-la com cadeiras com rodinhas. Tudo situações possivelmente reais para a pôr em necessidade de suporte básico de vida. Mas a Anne não teve um final feliz. Ela viu a luz e não conseguiu escapar, e morta e com as pernas contorcionisticamente dobradas voltou para a mala de onde a haviamos tirado.
posted by Eduardo at 15:35 |
>> junho 22, 2005
com um brilhozinho nos olhos
Nada de preocupações, tenho andado mesmo bem da vida. Senão vejamos:
- As varandas não têm caído.
- É Verão, não só no calendário como no sol que brilha, no calor que quase asfixia, e nos dias compridos como nunca, com apenas quatro horas de escuridão total (das onze e meia às três e meia da manhã).
- Domingo consegui ir à praia.
- Os meus novos medicamentos para a alergia funcionam tão bem que acho que estou imune a ataques de espirros até 2014.
- Mandei imprimir um monte de fotografias, tenho um álbum de recordações a caminho do fantástico.
- Segunda tive uma hora de almoço tão agradável...
- E depois do jantar fui de passeio pelos diques ao longo do Waal, com o sol a pôr-se e o vento quente a aconchegar.
- Ainda tenho balde e meio de Ben & Jerry's, nas variedades Peace Of Cake e Karamel Sutra.
- Fui contemplado com um "engano no banco a seu favor", e apesar de serem só pouco mais de 11 euros, enquanto não descobrirem sou assim pouco mais de 11 euros mais rico!
- Terça decidi passar a tarde em Arnhem, aqui ao lado de Nijmegen, e como está a decorrer a Bienal de Moda até vi uma assustadora exposição de Barbies que nunca mais acabava.
- A Catarina cortou (rapou) o cabelo. Foi assim uma loucura, mas fica-lhe bem. Tenho agora o cabelo mais comprido que ela.
- Hoje passei o dia todo no hospital, primeiro no departamento de Psiquiatria, pausa para almoço, depois no de Cirurgia. Já tinha saudades.
- Finalmente, ando a dar cabo do cartão de crédito. Mas já parei, porque o saldo não estica e a mala onde vou ter de levar tudo para casa também não.
Ora vejam lá a festa que entrou no meu armário:
Um blusão, um casaco, duas camisas, uns calções e uns ténis. Sim, estão a ver bem, sou o orgulhoso proprietário de uns ténis Hugo Boss. A pagar até 10 de Agosto, sem juros.
Por falar em futuro, está para breve a grande revelação: em que dia é que o Eduardo afinal volta para Portugal... Esperam-se grandes surpresas (até para mim). A não perder, em exclusivo neste blog que já faz parte das vossas vidas...
posted by Eduardo at 22:46 |
>> junho 20, 2005
almoço ao sol (com sobremesa)
A minha quarta turma da temporada é simplesmente excepcional. Não sei se será da cadeira, mais descontraída, se do tempo, mais quente, mas a verdade é que os meus colegas do mês de Junho são muito boas pessoas. O almoço é passado no relvado que separa o edifício da faculdade do do hospital, a apanhar sol e na conversa. Junta-se sempre muita gente, e é uma hora muito bem passada.
E agora até há sobremesa! Para terminar a refeição, que é invariavelmente e democraticamente uma sandes que cada um arranja em casa (coisa muito holandesa, esta de almoçar uma sandes caseira), claro que com recheios diferentes, há alguém que traz um bolo que se corta às fatias, ou um pacote de bolachas, ou como hoje uma embalagem de barrinhas de chocolate Kinder. Até temos uma escala para não haver duas pessoas com coisinhas boas na mala no mesmo dia. Para amanhã: a Mianne vai pedalar num instante até casa para ir buscar gelado! Somos ou não os melhores?
posted by Eduardo at 21:42 |
herbívoros
Passa-se algo nesta casa, uma fome que ultrapassa a simples dieta vegetariana. Num autêntico fenómeno herbívoro, não conseguimos ter uma planta num vaso. Eu bem as compro, mas mais cedo ou mais tarde elas acabam por desaparecer, ficando apenas a terra com uns raminhos lá espetados, sem folhas nenhumas, numa pobreza visualmente desértica.
Será porque a única planta que eu compro num vasinho cá para casa, para pôr no parapeito da janela da cozinha, é basílico? Folha a folha, até não restar nenhuma, acabam todas no prato...
posted by Eduardo at 21:35 |
>> junho 19, 2005
vamos a la playa oh-oh-oh
Hoje fui passar a tarde estival à praia. Bem, mais ou menos à praia. Tem água, mas não é salgada. Tem muita gente, mas não é a Caparica. Tem sítio para deitar, mas não tem areia. Tem sombras, mas não tem chapéus de sol.
Ou seja, é um lago com relvinha e árvores, onde nadar soube muito bem neste dia mais quente que o normal, e onde pude ver os celulíticos holandeses a apanhar escaldões. Foi como estar no Algarve, cheio de beefs espalhados pelas margens (não erradas).
Levei um livro de alta qualidade intitulado Porno, uma sandes de luxo com salada de ovo, queijo, pepino, tomate e basílico, um pêssego, um alperce e um sumo de laranja e banana com gelo. E assim esqueci por umas horas o facto da minha namorada ter partido hoje para a Alemanha. Momentos agradáveis continuam a ser um bom antidepressivo...
posted by Eduardo at 20:41 |
>> junho 18, 2005
de casa a casa
Agora que a minha partida está para breve, decidi procurar na internet o melhor caminho para ir da casinha em Lent para a casinha em Almada. Este é o resultado:
(1) Começa em Griftdijk Noord 16 e avança 629 m até Griftdijk Zuid (1 min, 629 m); (2) Segue em frente em Griftdijk Zuid por 228 m (1 min, 857 m); (3) Deixa Griftdijk Zuid, vira à direita e entra em Laauwikstraat; siga esta via por 446 m (2 min, 1,40 km); (...) (14) Deixa os Países Baixos e entra na Bélgica (59 min, 119,65 km); (...) (63) Deixa a Espanha e entra em Portugal (17:00 h, 1935,91 km); (...) (93) Deixa Avenida Cristo Rei, vira à direita e entra em Rua Paula Vicente; siga esta via por 146 m (20:12 h, 2318,98 km); (94) Deixa Rua Paula Vicente, vira à direita e entra em Rua Fernão Lourenço; siga esta via por 71 m (20:13 h, 2318,99 km); (95) Chegou agora, após 2318,99 km e 20:13 h, ao seu destino em Rua Fernão Lourenço 33 em Almada.
Como se pode ver, é facílimo, faz-se num instante e não há razões para falhar o caminho. O problema é que eu vou de avião...
Agora vou é aproveitar o sol que queima lá fora, e apanhar o primeiro escaldão do ano. Estou a ficar imaculadamente semelhante aos nativos holandeses...
posted by Eduardo at 14:19 |
>> junho 17, 2005
prenda para o doutor
Recebi hoje, pela primeira vez, uma gratificação material pelos meus serviços médicos. Umas quantas vítimas, de nacionalidade espanhola, compraram-me uma caixa de bombons para agradecer a minha disponibilidade quando da queda da varanda na semana passada. Ainda fiz aquela cerimónia e recusei, mas eram chocolates Guylian! Estou tão comovido que nem consigo parar de comê-los para aliviar a depressão...
posted by Eduardo at 17:52 |
olhó bolinho!
A descoberta do dia foi este belo par de bolos de arroz, à venda tão perto de casa que nem queria acreditar. O desenrolar do papel que dizia «fabrico especial desta casa» em português e tudo, sendo que "esta casa" é o tipicamente holandês supermercado Jan Linders, foi um momento memorável. E por apenas 98 cêntimos os dois, provavelmente mais barato que em Portugal! Só faltava a camada de açúcar torrada no topo.
Agora parto em busca dos pastéis de nata.
posted by Eduardo at 17:24 |
>> junho 16, 2005
alerta vermelho
Confesso que já me estava a habituar, e confesso que estava muito feliz com a situação. Mas também confesso que já achava ser bom demais para ser verdade. É que vivo num país com tanta água que nascem ervas por todo o lado. E é tão plano que o vento sopra com bastante frequência e intensidade. Moro no meio do campo, com as vaquinhas à porta. Ando de bicicleta pelo meio de frondosas bermas cheias de gramíneas e parietárias. E o tempo bom finalmente chegou.
E do que estou eu a falar? Alergia! A minha tristemente crónica febre dos fenos. Chegou com uns meses de atraso, mas não fez mais que acompanhar os aumentos de temperatura que, se em Portugal se fazem em Março, por cá chegam em Junho. Como podem ver, há muitos alertas vermelhos para os próximos dias (sterk quer dizer "forte"), nomeadamente para as minhas arqui-inimigas ervas (grassen). E não tenho mesmo maneira de escapar, pois as condições acima descritas estão todas contra mim. Amanhã vou abastecer-me à farmácia de anti-histamínicos. A luta continua...
posted by Eduardo at 23:03 |
a herança (parte III)
Na continuação da saga "A Herança", iniciada em Janeiro neste e neste post, chega a terceira parte. Pois é, mais coisinhas para mim!
Desta vez, para além dos habituais produtos comestíveis (um pedaço de queijo Brie e um pacote de cenouras), vieram também cá parar um shaker gigante e a grande estrela do momento do meu apartamento: uma daquelas bolas gigantes saltitantes para ginástica, cor-de-rosa e com um sorriso estampado, que já proporcionou umas quantas nódoas negras devido ao seu tamanho mínimo e ao desproporcional desejo que todos temos em saltar e saltar e saltar estrada fora... Será que é desta que deixo a bicicleta de lado por um dia e vou de bola para a universidade?
Para contrastar, a Trancadinha partiu para a Polónia de vez, e o que deixou? Nada! Niente... Nem o pacote de sal que já ia a meio. Nem o gancho que prendia a toalha para limpar as mãos ao lado do lavatório. Nada mesmo... Olha, que tenha muita hipertensão e que ande sempre com as mãos todas porcas. Tenho dito.
posted by Eduardo at 21:35 |
passeios de (quase) verão
Nestes dois dias, para aproveitar o bom tempo e uma folgazinha das aulas que se arrastam por horas a fio, andei a passear. Primeiro de bicicleta até Arnhem. Foram uns 40 quilómetros muito bem pedalados, na companhia dos prestes-a-partir Grit e Pawel. Hoje de combóio até Amesterdão para visitar uns quantos museus que a Grit queria ver antes de ir embora. E assim, pela terceira vez em apenas três meses, entrei no Rijksmuseum e no Van Gogh Museum. E apesar de já conhecer as colecções de trás para a frente, mesmo assim há sempre novidades (como a nova disposição cronológica da obra do Vincent) e pormenores a descobrir.
E Amesterdão continua a ser uma das minhas cidades de eleição. Mesmo apesar dos perigos eminentes: turistas em bicicletas, que depois de quase nos passarem por cima pedem desculpa com um sorriso e um lamentoso «Sorry, we're South Africans...».
posted by Eduardo at 21:27 |
>> junho 14, 2005
o eduardo, o ben e o jerry
Hoje voltei ao supermercado, mas com dinheiro na carteira. Claro que fui a outro, nunca mais volto ao Super De Boer onde devem estar a pôr a minha fotografia na porta mais dia menos dia.
Agora que sou rico outra vez comprei dois baldes de gelado Ben & Jerry's para atravessar os dias quentes que se avizinham. Qual Häagen-Dazs, qual Baskin Robbins, para quem não conhece os Ben & Jerry's fica o testemunho: yummy! Humm, qual dos baldes abro primeiro?
posted by Eduardo at 15:34 |
>> junho 13, 2005
o caloteiro
Tenho uns cinco cartões bancários. Mas tal não evitou ter de andar a contar cêntimos e mesmo assim ficar a dever dinheiro quando fui ao supermercado. A história é simples.
Eu carregando um cesto verde no Super De Boer, com as compras essenciais para amanhã de manhã: litro e meio de leite, meio quilo de Corn Flakes, duas maçãs Granny Smith e um vaso com uma plantação de basílico. Antes de pousar as coisas na caixa, lembro-me que a carteira está vazia e a conta holandesa igualmente. Como não aceitam o cartão da conta portuguesa nas lojas, fui devolver às prateleiras os Corn Flakes, uma das maçãs e o vaso.
Eu carregando um cesto verde no Super De Boer, com as compras essencialíssimas para amanhã de manhã: litro e meio de leite e uma maçã Granny Smith. Total: 1,28 euros. Depois de pagar 28 cêntimos com o Chipknip (o nosso Porta Moedas Multibanco), começo a tentar o cartão holandês. Sessenta cêntimos não deu. Cinquenta cêntimos não deu. Aos quarenta lá consegui. Faltavam 60 cêntimos, dei todas as moedinhas e ainda fiquei a dever uns 15 cêntimos. É mesmo à pobre.
posted by Eduardo at 21:48 |
questão existencial
Se há o Verão de São Martinho, haverá também o Inverno de Santo António?
Tendo em conta o estado pingativo em que cheguei de manhã à faculdade, a resposta é sim. Mas agora já passa das dez e meia, ainda é de dia, e o céu está limpíssimo. Boas notícias para amanhã.
posted by Eduardo at 21:41 |
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