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  >> junho 29, 2005

águas de (finais de) junho

É quando se pensa que já se viu tudo que as coisas mais surpreendentes acontecem. Estamos em Junho, a um dia de Julho. Está um calor agradável, mesmo de noite. Uma pessoa vai até ao centro para uns dedos de conversa com uns amigos, senta-se numa das muitas esplanadas. Mas sabem aquelas chuvadas que só há no cinema? As dos "cântaros", dos "cats and dogs", dos "grenouilles", dos "pijpestelen". Em que as pessoas ficam encharcadas passados pouco minutos, o chão ganha uma camada considerável de água num instante, a trovoada faz assim uns flashes tão frequentes como inverosímeis. Quando a chuva chega tão de repente que nem temos tempo de acabar a bebida pousada na mesa, quando o copo que já ia a meio fica num instante cheio outra vez, quando dá para beber do que nos escorre testa abaixo...

Não acontece só no cinema, na Holanda, pelos vistos, há chuvadas de Verão destas. E, com a experiência, já sabemos que não vale a pena esperar, pois esperar implica umas horas parados no abrigo. A viagem de regresso pode até ser bem engraçada, pedalando devagarinho, respirando o aroma da terra molhada, da terra encharcada, as calças pesadas, os ténis que fazem schlop schlop.

Nunca apanhei tal molha nos dez meses e meio de Holanda que levo, nem sequer nas vinte e três primaveras que tenho em cima. Assustador na ponte sobre o Waal, com os relâmpagos a romper o céu ali mesmo ao lado (mesmo sem medo de trovoadas, pensar que podia levar com um em cima foi razão para pedalar bem rápido), mas hilariante com as autênticas vagas de água que os carros atiravam ao passar. A cantar músicas sobre chuva ("Why Does It Always Rain On Me?" dos Travis, "Purple Rain" do Prince, "Only Happy When It Rains" dos Garbage), a pisar todas as poças porque já nem interessava fugir delas (e eram muitas...).

Chegado a casa, a pingar o corredor, direitinho à casa de banho, as calças de ganga que não saem, e um segundo duche, desta vez com champô e sabonete. Pôr o porta-chaves e o telemóvel a secar. A chuva lá fora ainda cai, mas agora tenho uma tigela de Cerelac na mão e já confirmei que amanhã de manhã está sol outra vez. E assim cresce a noite, no final do que foi o meu último dia de aulas por estas terras de meteorologia bipolar.

posted by Eduardo at 23:46 |

 

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