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  >> fevereiro 09, 2005

schlager, samba e a greedy lady

Não acho muita piada ao carnaval, mas em Colónia tudo é diferente, a começar pelo tradicional desfile que é tudo menos tradicional no que de tradicional tem um desfile em Portugal. É coisa para durar 6 horas, tem os carros alegóricos com caricaturas de políticos, mas também há carruagens, cavalos, bandas, acrobatas, a Heidi Klum e muita gente, muita mesmo, tudo vestido, mas bem vestido, de igual e com as cores dos mais de 50 grupos que passam.

A assistir, milhares de pessoas, mascaradas das mais variadas coisas, e a gritar "Kamelle!", levando em resposta com chocolates, caramelos, rebuçados, e também flores, bonecos e até garrafas de água de colónia, atirados em enorme quantidade pelos desfilantes.

Diversas bancadas têm altifalantes a debitar schlagermusik (uma mistura entre pimbalhada em alemão e música country), insuportável noutras situações mas que aqui nem destoa e que consegue pôr tudo a dançar, ao mesmo tempo que se esbraceja para tentar apanhar ainda mais chocolates. A animação é mesmo contagiante, ajudada pelas tipicamente alemãs quantidades de cerveja.

Os 5 magníficos

Ou seja, foi uma festa! Um português, uma alemã, uma norte-americana, um sueco e uma anglo-franco-marroquina foram juntos até à Rosenmontag de Colónia. E o que aconteceu por lá?

  • À falta de máscara, comprámos umas antenas-coração, e muito contentes andámos a abanar a cabeça por tudo e por nada, além de que é óptimo no meio de grandes multidões para ninguém se perder. Este é, aliás, o acessório sensação de 2005!
  • Após uma hora a tentar apanhar chocolates, tive de me chatear com a Greedy Lady, uma senhora que ao meu lado apanhava tudo e já tinha uns 10 quilos de doces dentro de um saco. Quando atiraram caixas de bombons, e ela rapidamente se inclinou para as apanhar, comecei ao pontapé às caixas... Eu não as apanhei, mas ela também não!
  • Excepção feita à alemã, ninguém sabia cantar as músicas, situação prontamente resolvida após algumas horas junto do stand da cerveja.
  • Então e quando a Greedy Lady levou com um chocolate na testa? Até fez plof, de tal modo a violência do embate! Ficou agarrada à cabeça durante uns cinco minutos, ou seja, sem mãos para apanhar mais doces!
  • Já na companhia de um outro grupo de 50 nijmegianos que tinham viajado de autocarro, foi tudo para a festa brasileira, que passou a ser nossa e da comunidade emigrante do Brasil.
  • Entretanto a Greedy Lady estava em casa a comer os chocolates. Espero que tenha ficado com diarreia.
  • E para acabar a noite, numa estação de metro em que já não passavam combóios, surgiu uma nova religião, baseada num deus assexuado a que chamámos Pat e numa virgem alemã de blusão azul que simpaticamente nos indicou o caminho de regresso ao hostel e que baptizámos de Barbara. À conta disto houve diversão para o resto da noite (que já ía avançada...).

Haveria muito mais para dizer, mas o importante foi sobreviver. Assim pudémos no dia seguinte visitar a catedral e comer eine portugiesische Spezialität: pastéis de nata!

posted by Eduardo at 14:40 |

 

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