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>> maio 14, 2005
baarle
Este blog é fundamentalmente pessoal: a maior parte das histórias que aqui aparecem são do meu dia-a-dia, do meu mundo educêntrico. Com o blog consegui juntar o agradável, que é escrever mesmo que para poucos leitores, ao útil, pois aprendi a registar com outros sentidos as cenas quotidianas. Dou por mim a pensar "esta vai para o blog", mas nem tudo acaba aqui escrito, até porque nem sempre é fácil transformar algo tão trivial em material interessante para um post.
Tanta conversa para dizer que o que se segue é uma daquelas descobertas no mundo de informação que é a internet, e apesar de já o ter feito antes, não é frequente aqui escrever sobre algo que não tem nada a ver com nada, ganhando direito de ser post só porque me apetece. Mas pronto, o blog é meu, eu faço dele o que quiser!
Este é um mapa ampliado de uma zona de fronteira entre a Holanda (a laranja) e a Bélgica (a verde), fronteira essa definida por um tratado assinado em Maastricht (não é esse, é outro) há muitos anos. Nesta zona, junto a Baarle, não se conseguiu chegar a acordo. Então que foi feito? Para ficar tudo contente, cada pessoa escolheu em que país queria morar, dizendo se queria o seu terreno na Bélgica ou na Holanda. Assim, surgiram enclaves belgas na Holanda, mas o melhor são mesmo os enclaves holandeses nos enclaves belgas na Holanda (os pontos cor-de-laranja no meio do verde no meio do cor-de-laranja).
Hoje em dia, visto alguns dos terrenos terem sido loteados, há situações extraordinárias. Como das casas que têm a sala na Bélgica e a cozinha na Holanda. Ou a loja belga que abre ao domingo e que está ao lado de outra que não abre por ser holandesa, apesar de serem apenas dez metros de uma porta à outra. E, como os impostos são cobrados pelo país em que a porta está, não são raros os casos de relocalização da entrada da casa, consoante a carga fiscal do momento nos dois países. Por toda a cidade há linhas no chão com um B ou um NL para mostrar em que país se está a entrar. Deixo então um link para uma página com fotografias desta cidade que até tem dois nomes (Baarle-Hertog em belga, Baarle-Nassau em holandês), e onde chega a ser possível mudar doze vezes de país numa rua só!
Ah, e viva Olivença.
posted by Eduardo at 20:06 |
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